terça-feira, 20 de julho de 2010

As traças

Assim como nesse espaço de textos escritos em cores de barro, minha vida encontrasse ao Deus dará, entregue as traças secas escondidas no ultimo livro, da ultima prateleira da biblioteca que está fechada há anos.
Recorro ao sépia que divido com aqueles que se interessam pelas cores que passam ou não por minha vida, pelos dias em cores intensas e contrastantes ou pelo simples dia cinza e pálido como hoje. A indiferença de um dia cinza pode empalidecer meses.
Em dias cinza o melhor dialogo é a respiração tranqüila de quem lhe quer bem, não existem motivos, nem tão pouco justificativas à ausência de cores, mas existem maneiras de que essas se renovem ainda mais intensas do que eram antes ou se apaguem de vez.
Minhas cores andam sozinhas, vivem sozinhas, minhas cores gosta de teatro, de cultura popular, de dançar ciranda e de escovar os dentes deitada, elas também gostam de andar pelo mundo, de não comer carne, de dormir com a porta aberta e de receber carinhos livres de qualquer interesse, minhas cores gostam de estudar, falar sobre as grandes teorias do teatro e de se envolver em tudo que vive. Minhas cores se emocionam com pequenos gestos, com uma pequena lembrança, com brilho no olho, com surpresas, com números de mágica, de palhaços e de circo. Mas elas se perdem na solidão de estar acompanhada, no cotidiano espontâneo, no cansaço e na necessidade do trabalho, na ausência do silencio... Elas sem querer se perdem... na falta da respiração tranqüila....
Todas as pessoas são feitas de cores, algumas em tons pastel, outras em fluorescentes, mas todas passam por dias cinza... Em diferentes proporções... Mas sempre passa.
Não sou, nunca fui e não pretendo ser uma mistura previsível e harmoniosa de cores desinteressantes, eu crio minhas combinações a cada dia, mesmo porque se juntarmos todas as cores quase sempre obteremos o famoso “cor de burro quando foge”.

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