domingo, 23 de maio de 2010

O Manu não queria falar “tchao”!


Esse título foi plagiado da fala de um amigo, pela primeira vez tive dificuldade em criar um nome para minha postagem, nada fácil conseguir decifrar tudo que aconteceu nessas ultimas 24 horas, é algo ilusório que minha mente ainda não conseguiu organizar. Provavelmente esse texto terá inúmeros erros e falta de coesão devido o momento desconecto entre meu físico e meu raciocínio. Mas vou tentar, pois não seria justo anular tudo que aconteceu por um simples chegar em casa e dormir.

As ruas do centro de Araraquara foram tomando formas mais coloridas.... lentas.... leves.... mudanças de percepções sonorizadas por um DJ vindo de não sei onde e indo para algum lugar, pois sempre que não sabíamos qual a próxima atração estava lá o Tahira.
Intervenções de grafite tomavam formas junto ao show de uma banda que eu nunca tinha ouvido falar, mas que meia dúzia de emos cantava freneticamente, uma mistura de Copacabana e Club, seja lá o que isso possa ser!

Os Rélpis, dentro de uma linha Los Hermanos de ser, agir e se vestir, segurou uma viagem paralela por um circo armado de pessoas sem definição.

Se não tem o B de Barbatuques vai o B Brasov que transferiu uma energia quântica que hipnotizou a praça, em especial um casal que bateu de frente e sangrou e desmaiou, lá vai SAMU que não vai!
Três chapéus de duendes chamam a atenção e a identificação para o acidente anteriormente citado. (parênteses) Compramos chapéus de um hippie muito louco, e passamos a virada de orelhas quentinhas e muito bom humor por apenas 3 por R$40,00 (fecha parênteses).

Duendes vão se agregando ao nosso bando, Lenine começa: “O dia em que “ocê” foi embora eu fiquei sozinho no mundo sem ter ninguém” contextualizando - a ultima vez que havia visto Lenine havia sido em Ouro Preto, essa musica foi o hino de um período de desprendimento e muito amor. Dentro da rede e na pegada do hoje eu quero sair só, o show se dissolveu ao frio que incorporava a madrugada servida por uma lua crescente de dar inveja às estrelas.

Voltamos para o circo dessa vez formado por pessoas mais indefinidas ainda, Picasso ficaria inspirado em meio a tantas desfigurações, não me isento dessa afirmação, The Caravan inicia sua apresentação e começa a brincadeira de virar sorvete aliada a um sono que vinha na missão de “bodear”.

Assim como já disse, quando não se sabe o que terá se tem DJ Tahira, a brincadeira de virar sorvete foi se intensificando! Hora de se recolher, e uma nova brincadeira surge em nosso repertório, a de esconde-esconde de hotel, tem que sair procurar em 10 segundos e se não achar perde o jogo! Chuveiro quentinho, caminha macia, silêncio, café da manhã melhor que de casa de mãe! Nossa!!! Eu pago feliz, não há necessidade de querer ser alternativo o tempo todo, já estava underground acima da minha média.
De volta à praça após minha imagem ter saído de um Picasso e voltado a um Botticelli, o sol e o calor latente começa a derreter o jogo da rede e o Zunzunzum de onde tem marimbondo, que esboçava a roda de capoeira, a Cia dos pés faz os meus caminharem para fora da Praça e ir procurar um lugar para almoçar!

Novamente na praça, eis que me embarco em uma linda ciranda sonorizada por Socorro Lira, onde o sol brilhava mais que a pedra do anel do cirandeiro, o calor aliado ao contexto fortalecia as diferentes percepções do momento.
Foi? Fui! Comprastes? Comprei? Me diz quanto foi? Foi descobrir que criança é bom servida com batata e que ainda dá para se preparar no microondas! E que o circo teatro Rosa dos Ventos tem um trabalho formidável de Rua.


Direto de Recife um cheiro bom de Chico Buarque com meninos doces que cantam primavera e trazem cheirinho de alecrim, sem deixar ir a mais linda roseira que há, não me incomodo em ouvir se falar que sou a fã paulista número um, essa Carolina gosta do que é bom e não gosta de ver o mundo passando pela janela.

Em meio a inúmeras sensações, eis que surge o Manu, singularmente impressionante, ele realiza um show de quase duas horas em parar para respirar, com uma energia que poderia ser tocada, ele faz de Clandestino o hino da Virada “Solo voy con mi pena, sola va mi condena, correr es mi destino, para burlar la ley” o entusiasmo para o grito da “MariaJoana” era tanto que o bis do show teve mais de 40 minutos. Na famosa fila do gargarejo defronte as caixas a vibração sonora alterava meu organismo e seu raciocínio, que neste momento limitava-se apenas a sentir.

Escrevi o indescritível, não entendo nada do que eu senti, mas nesses momentos entendo porque me propus a fazer Arte.

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